12 fevereiro, 2011

Gavial


Alinhar ao centro




Reino:
Animalia
Filo:
Chordata
Classe:
Sauropsida
Ordem:
Crocodilia
Família:
Gavialidae
Género:
Gavialis
Espécie:
G. gangeticus
Nome científico:
Gavialis gangeticus



Descrição

O
gavial (nome científico: Gavialis gangeticus - de gavial, corruptela francesa do termo hindu para crocodilo, ghaṛyiāl, e gangeticus, relativo ao rio Ganges) é a única espécie extante de crocodilo do gênero Gavialis, família Gavialidae.

A espécie difere dos demais crocodilianos pelo focinho estreito e alongado, e pela presença de uma protuberância nos machos adultos, caracterizando um dimorfismo sexual visível. Outra característica única é a exteriorização dos dentes da metade anterior da maxila e da mandíbula quando a boca do animal está fechada.
Com registros de espécimes medindo até seis metros de comprimento, é uma das maiores espécies dentro da ordem Crocodylia.


Essa espécie é considerada uma das mais ameaçadas de extinção atualmente. Sua população não ultrapassa trezentos animais, além de seu habitat vir sendo degradado continuamente pelo humano, que em constante expansão, tanto urbana quanto na agropecuária, se apropria de zonas
ciliares, onde os gaviais se reproduzem e passam uma parte de suas vidas.

Os machos são maiores que as fêmeas, medindo em média 4,5 a 5 metros, enquanto as fêmeas alcançam na média 3,5 a 4 metros. Registros históricos reportam espécimes com mais de seis metros de comprimento. O maior exemplar conhecido foi morto em janeiro de 1924 no rio Kosi ao norte de Bihar e media 7,1 metros.

O peso de um adulto varia entre 159 e 181 quilogramas. Os adultos têm coloração marrom-escura a oliva no dorso, e branca a amarela no ventre. Os filhotes são marrom-acinzentados com cinco faixas transversais irregulares no corpo e nove na cauda.
A longevidade dos gaviais atinge em média de quarenta a sessenta anos, e sua maturidade sexual pode variar entre os sexos, normalmente três anos para as fêmeas e dez anos para os machos.

O gavial é tipicamente residente da profundidade, mas dentro desses rios prefere áreas onde a corrente é reduzida. Locais de bancos de areia nas proximidades das margens são usados para a nidificação.


Alimentação

Esse crocodiliano parece ser essencialmente piscívoro, mas os indivíduos muito grandes podem comer outras presas. Gaviais jovens comem insetos, larvas e pequenas rãs. Sua morfologia do focinho é ideal para predar peixes. Gaviais muitas vezes usam seu corpo para encurralar peixes contra as margens onde eles podem ser mais facilmente capturados.

O gavial por norma não ataca humanos. Apesar de seu tamanho imenso, suas mandíbulas finas e frágeis tornam-no fisicamente incapaz de consumir um animal de grande porte, especialmente um ser humano. Os restos humanos encontrados no estômago de gaviais são explicados, provavelmente, pelo seu hábito de se alimentar de cadáveres. Foi também sugerido que os gaviais podem por vezes ingerir objetos duros com a função de gastrólitos.


Reprodução

As fêmeas podem não atingir a maturidade sexual até que estejam com quase três metros de comprimento. A nidação é feita durante a estação seca em buracos escavados em bancos de areia nos quais cerca de 40 grandes ovos são enterrados.

Os ovos são incubados naturalmente no buraco do ninho, mas a fêmea permanece perto dele para protegê-lo de predadores, como
porcos, chacais e lagartos. Após cerca de 70 dias, quando os filhotes estão prontos para sair, eles chamam de dentro dos ovos, alertando a mãe para escavar os ovos para fora do buraco do ninho.
Diferentemente da maioria dos crocodilianos, que carregam seus filhotes pequenos na boca, o gavial parece não fazer isso por causa da morfologia incomum de suas mandíbulas. No entanto, o cuidado materno já foi observado. Gavial fêmea normalmente deixa trinta a cinquenta ovos, e os ovos são os maiores dos crocodilos, com 160 g de peso.

O período de acasalamento ocorre durante dois meses, durante novembro, dezembro e em janeiro. A ida para os locais de areia ocorre em março, abril e maio (estação seca), onde os ninhos são escavados. Contudo, a protecção dos jovens ocorre em torno da área do assentamento por algum tempo após a eclosão.


Consevação

O gavial é classificado como em perigo crítico pela IUCN, pelo fato de ter havido uma redução do tamanho da população de mais que 80% nos últimos dez anos ou três gerações, e além disto, o declínio pode não ser reversível. Estimativas mais generalizadas mostram uma redução mais avassaladora da espécie.

A população pode ter caido de 86 a 88% em um intervalo de dez anos
Outro critério para enquadrar o gavial como em perigo crítico também pode ser justificado pelo fato do tamanho de a população estar estimada em menos que 250 indivíduos maduros, e numa continua queda que pode seguir um ritmo de 25% de três em três anos. As estimativas do tamanho da população adulta indicam que houve um declínio de 436 gaviais adultos em 1997 para 188 em 2006.
Isso representa uma queda de 58% em toda a sua gama durante um período de nove anos.


Habitat e Distribuição Geográfica

O gavial originalmente estava distribuído nos rios Indo, Ganges, Bramaputra e Mahanadi no Paquistão, Índia, Nepal, Bangladesh e Butão. Sua presença no rio Irrawaddy, em Mianmar, é confirmada por apenas dois registros científicos. O rio Kaladan na fronteira Índia-Mianmar também possui registro de ocorrência para a espécie. A distribuição do gavial é simpátrica com a do Crocodylus palustris.
As populações do Paquistão, Butão e Mianmar, e provavelmente do Bangladesh, foram extintas. Três populações viáveis ocorrem no Nepal (rio Rapti/Narayani) e na Índia (rios Chambal e Girwa); e outras populações não viáveis são encontradas nos rios Karnali, Babai e Koshi, no Nepal, e Mahanadi, Son, Ken e Ramganga, na Índia.

Pequenas populações ainda podem ocorrer no Bramaputra, no nordeste da Índia, apesar dos últimos registros confirmados serem de 1993. Habita principalmente rios caudalosos profundos e rápidos com poços naturais e bancos de areia nas margens.
Com a exceção de um possível registro histórico para uma lagoa salobra, os gaviais não são encontrados em água salgada.




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