Cão-caçador-africano




Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe:
Mammalia
Ordem: Carnivora
Família: Canidae
Género:
Lycaon
Espécie:
L. pictus
Nome científico: Lycaon pictus
Outros Nomes: Mabeco, Cachorro selvagem africano, cachorro de três cores, lobo pintado.


Descrição
O cão-caçador-africano
é um predador de médio porte, com cerca de 75 a 110 cm de comprimento para 18 a 36 kg de peso. A sua pelagem, muito característica com manchas de castanho, preto, branco e alaranjado, deu o nome científico à espécie: Lycaon pictus significa lobo pintado.

A cabeça é em geral mais escura e a cauda termina num tufo branco. As orelhas são grandes e arredondadas e as pernas longas e finas terminam em patas fortes com quatro dedos.
O cachorro selvagem africano é o membro mais social da família dos canídeos.

Os grupos podem variar de 2 a 27 membros adultos e animais mais novos. Os grupos são formados quando um pequeno subgrupo do mesmo sexo (normalmente irmãos) deixam seus grupos e juntam-se com outros subgrupos do sexo oposto. Assim, neste novo grupo, as fêmeas são parentes próximas uma das outras, mas não dos machos, e os machos também são parentes próximos um dos outros, mas não das fêmeas.

Os jovens nascidos no grupo podem permanecer nele ou deixarem-no para formar um novo grupo.
A estrutura social do grupo é altamente definida, com um casal alfa no topo que controla as hierarquias separadas de machos e fêmeas.

Outra característica interessante deste animal é que eles cuidam dos membros idosos, doentes e deficientes do bando.

Alimentação

Os cães-caçadores-africano caçam em grupo e através do trabalho de equipa combinado com grande resistência física, conseguem abater animais de dimensões muito maiores. As suas presas favoritas são antílopes de médio porte, como os impalas, gazelas e duikers, e grandes herbívoros velhos, jovens ou feridos, como gnus e zebras.

Os cães-caçadores-africano só se alimentam das presas que eles próprios matam e nunca tocam em carcaças, por muito frescas que estejam. São ainda exclusivamente carnívoros, e mesmo em alturas de escassez não se alimentam de insectos.

Após uma caçada, o grupo caçador regressa à base da matilha e regurgita porções de comida para alimentar os juvenis e os elementos adultos que ficaram para trás para cuidar das crias.
Os mabecos não são territoriais e partilham o espaço com outras matilhas vizinhas.

Cada grupo necessita de uma área entre 200 e 2000 km
2 para viver e caçar.

Reprodução

A reprodução nas matilhas decachorros selvagens africanos está limitada ao par dominante, mas em anos bons ou em matilhas grandes, uma ou duas fêmeas subordinadas podem também procriar. Os restantes membros do grupo partilham a responsabilidade da educação dos juvenis. O par alfa é monogâmico e permanece unido para sempre.

A época de reprodução inicia-se em Janeiro e prolonga-se até Maio. O período de gestação é em média de 10 semanas, e os juvenis nascem entre Março e Julho. Cada ninhada pode ter entre 2 a 20 crias, que nascem em tocas forradas de ervas macias. As tocas são em geral reaproveitadas de outros animais, como o aardwark (Urso-Formigueiro).

Os juvenis permanecem na toca, amamentados pela mãe durante 3 a 4 semanas. No final deste período começam a ser alimentados pelos restantes adultos, com comida regurgitada. Cerca de um mês e meio depois, são já independentes dentro da matilha.


A maturidade sexual é alcançada com um ano e meio de vida, embora a primeira ninhada nasça em geral muito depois. As fêmeas abandonam o grupo original com cerca de dois anos e meio. A esperança de vida média é de cerca de 10 anos.


Ameaças e Conservação

O cachorros selvagens africanos está listado pelo IUCN como em perigo de extinção. As principais ameaças à espécie são a perda de habitat e doenças contraídas através de contacto com animais domésticos.

O número de
cachorros selvagens africanos tem diminuído muito nos últimos 30 anos. Eles desapareceram de 25 dos 39 países onde eram encontrados. Acredita-se que apenas 6 populações possuam mais de 100 animais e as estimativas são de que a população total de animais selvagens está entre 3000 e 5500.
Por esta razão é considerado o carnívoro mais ameaçado do mundo. As principais causas do declínio são doenças, devastação de seu habitat e a perseguição humana.


Distribuição Geográfica e Habitat
O cão-caçador-africano (
Lycaon pictus) é um canídeo típico de África que vive em zonas de savana e vegetação esparsa. A espécie já foi comum em toda a África sub-sahariana (excepto em áreas de floresta tropical ou densa e zonas desérticas).

A sua distribuição geográfica actual limita-se à Namíbia, Botswana, Moçambique, algumas zonas do Zimbabué e África do Sul.



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